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A distância era grande e o tempo disponível, pouco!

Por isso mesmo, e também porque víamos o sexo como um complemento da relação, uma necessidade fisiológica, e não como aquilo de que a relação era composta, tínhamos uma relação aberta. Não havia segredos e falavamos todos os dias, contando aquilo que nos acontecia no dia a dia, incluindo pequenos flirts e afins…
Ela tinha a curiosidade de estar com uma mulher e eu encorajei-a. Havia homens que a tentavam seduzir e ela contava-me e eu sempre lhe disse que ela estava à vontade para fazer o que quisesse. Não a amava pelo sexo, apesar do sexo ser excepcional, mas sim pela pessoa que era. No entanto ela sempre me disse que não, que era giro o flirt, elevava-lhe o ego, mas não tinha qualquer interesse.
Já eu tinha também os meus flirts e oportunidades, mas, apesar de ter bastantes hipóteses disso, nunca levei nenhuma dessas instancias até ao fim.
Um dia ela contou-me de uma reunião que teve com um tipo, coisas de negócios, e de como ela o tinha achado interessante. Nas palavras dela, ele era quase um sósia meu.
Ao longo das semanas seguintes ela contava-me que trocavam emails de trabalho e eu perguntava-lhe se pelo meio não passavam algumas malandrices…
…afinal de contas, eu conhecia-a…
…mas ela jurou sempre que não.
Até que chegou aquele dia em que falámos, de manhã, como era costume, e ela me disse que ele iria a casa dela durante a tarde por causa de trabalho. Ia busca-la para irem para outro lugar qualquer. E eu disse-lhe simplesmente “Ainda acabam mas é na cama!”.
-Achas? Estás tontinho. Não, nem penses nisso.
À tarde liguei-lhe, como de costume. Ela falou quase num sussurro que não podia falar agora, mas que me ligava daí a pouco tempo. Seria algo natural, se ela estava em reunião com alguém, mas havia algo na sua voz que me deixou apreensivo.
Daí a meia hora ligou. Atendi e a primeira coisa que ouvi foi um “Desculpa, desculpa, desculpa!” num pranto soluçado!
-Por quê!
-Lembras-te do que disseste de manhã?
-Sim!
-Aconteceu!
Respirei fundo! Parecia que adivinhava! Mas não fiquei chateado. Sentia o nosso acordo pelo que realmente era.
-Mas, e estás assim porquê? Tenho alguma coisa a desculpar? Só se for o facto de me dizeres que nunca iria acontecer e ter acontecido! Isso é que não consigo entender! O que é que se passou afinal?
-Queres mesmo que conte?
-Sem dúvida. E com todos os pormenores!
-Não vais ficar chateado?
-Bem, se não contares e se esconderes, é provável…
Houve uns momentos de silêncio que pareceram uma eternidade e depois ela começou.
-Bem, eu disse-te que ele me vinha buscar, certo?
-Sim.
-Ele apareceu à hora combinada. Bateu à porta, fui atender e ainda ia a apertar os botões de punho da camisa, que não estava a conseguir. Abri-lhe a porta, convidei-o a entrar e pedi-lhe ajuda para apertar os botões. Havias de ver, ele estava tão nervoso que também não conseguia…
-Estava nervoso?
-Sim!
-Mas vocês já tinham tido alguma conversa mais picante, que o levasse a pensar alguma coisa?
-Não, querido!
Ri-me por dentro! Porque é que ela precisava de me mentir? Se ele estava nervoso por causa de a ir buscar para uma reunião de negócios era porque tinha razões para estar nervoso! Não era como se estivesse a ir para tribunal sem saber se sairia de lá para a rua ou para uma prisão.
-Então e depois?
-Depois, de repente, ele avançou para mim e beijou-me! Nem me deu tempo para reagir, foi assim…
Fiquei em silêncio e ela continuou!
-Eu sei que não devia, mas já há uns bons tempos que não estamos juntos, eu tenho andado em brasa e o beijo soube-me tão bem… E ele continuou, e começou a passar as ão pelo meu corpo, pelas mamas, por cima da roupa… até as beijava por cima da roupa também… Puxei-o para o sofá da sala, sempre com as nossas línguas coladas em beijos mais que molhados e ele foi-me tirando a roupa, tirou-me as calças e empurrou-me para o sofá, ajoelhou-se à inha frente, puxou a cuequinha para o lado e começou a lamber-me!
-E lambeu-te bem?
-Tão bem! E eu estava com tanta “fome”… fez-me vir duas vezes com a língua… passei-me completamente! Depois de me vir pela seguanda vez, agarrei-lhe os cabelos e puxei-o para mim, para provar o meu leitinho da boca dele. Apalpei-o por cima das calças, que ele ainda não tinha despido e ele estava tão duro. Comecei a desapertar-lhe o cinto e ele levantou-se. Baixei-lhe as calças e os boxers e ele já estava tão duro… Só lhe disse “Fode-me” e ele colocou um preservativo ajoelhou-se à minha frente e começou-me a foder tão bem…
-Nem o chupaste?
-Não… Só queria mesmo foder! Ele foi devagar primeiro, mas eu queria com força e ele foi aumentando a intensidade até que me estava a foder que nem um animal. Fez-me vir tanto… depois perguntou-me se eu queria no cuzinho… Já sabia que ele tinha essa tara, mas
-Desculpa, sabias como?
-Bem, dos emails que fomos trocando.
-Os tais onde não havia conversas picantes?
Silêncio!
-Mas, continua.
-Bem, eu disse-lhe que não estava habituada, mas ele disse que íamos com calma. Lambeu-me o cuzinho todo, parecia que até queria entrar com a língua e estava a saber-me tão bem. Depois encostou a cabecinha e disse “agora fica por tua conta, vai-o metendo tu”. Eu comecei a empurrar-me contra ele até sentir que a cabecinha tinha entrado. Estava a doer, mas ao mesmo tempo a saber tão bem…
-Bem, tenho que te dizer que estou com alguma inveja…
-Amor, ele não é tão grosso como tu… Fui-me enterrando devagar até o ter todo dentro e depois ele começou a foder-me devagar… Ai, amor, temos de fazer assim! Eu não sabia que era tão bom. Comecei a masturbar-me ao mesmo tempo até não aguentar e enfiar dois dedos na coninha… esporrei-me toda com ele no cu e ele, logo a seguir, tirou-o para fora, tirou o preservativo e veio-se todo para cima das minhas mamas… Eu fui à casa de banho lavar-me e estava a enxugar-me quando ele entrou. Estava sentada na sanita a acabar de me enxugar, ele veio direito a mim, lambeu-me outra vez, a coninha e o cu, até eu me vir e eu ainda estava nas nuvens quando ele meteu outro preservativo e mo enfiou todo no cu, desta vez mesmo à bruta, e fodeu-me como um animal. Até urrava. Foi tão bom… vim-me toda outra vez só de ele me estar a foder assim e ele também não aguentou e veio-se todo com ele enterrado lá dentro… Quando o tirou, o preservativo estava tão cheio, ele veio-se tanto… só me apetecia provar o leitinho dele.
E houve silêncio.
-E depois? – acabei eu por perguntar?
-Depois caí em mim, comecei a chorar! Ele ficou sem saber o que fazer, eu disse-lhe que não tinha nada a ver com ele, tu ligaste, ele vestiu-se e saiu!
Mais um silêncio, desta vez quebrado por ela:
-Desculpa, amor!
-Já te disse, não tens que pedir desculpa. Foi bom?
-Foi! – respondeu com uma voz envergonhada.
-Então foi bom para nós.  – Respondi com sinceridade e sem nenhuma dualidade de sentimentos. Ela não era minha posse. Estávamos um com o outro porque queríamos e não porque pertencêssemos um ao outro. Tínhamo-nos dado a liberdade para que isto pudesse acontecer. Não havia mais nada a dizer. Aliás, o facto de ela me poder contar isto era já de si uma prova de que aquilo que tínhamos ia muito além daquilo que o corpo nos podia proporcionar.
Mas o facto é que não foi bom para nós. Ela encontrou-se novamente com ele, mas garantiu que não aconteceu mais nada do que uns beijos, embora ela tenha ido encontrar-se com ele no hotel onde ele estava hospedado.
E, talvez porque ela se sentisse incomodada ou culpada de alguma maneira, as coisas foram gradualmente arrefecendo entre nós. Se tínhamos que falar varias vezes ao dia, passaram a haver dias em que nem havia “hipótese” de falarmos…
…e depois ela conheceu outro “Sósia” meu e voltou a embarcar numa aventura. Mas falava-me de tudo vagamente, como se tivesse relutância em falar do que se passava. E foi isto que quebrou aquilo eu considero sagrado numa relação: a confiança! Sem ela, nada fazia sentido!
Embora falássemos regularmente, tinha-se perdido aquilo que havia entre nós…
...e eu, sentindo-a cada vez mais distante, acabei por me afastar também e dar-lhe espaço para viver a sua vida sem culpas...
…e a relação acabou por morrer!

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