Um dia ela acordou, cheia de dores de cabeça... Tinha pressentido um tremor de terra, quando sentiu um calor vindo do chão.
Sozinha, numa casa húmida e no meio de uma população pré - histórica, por volta da 1h da manhã, começou a ouvir as placas e pensou "aguenta - te e gatos, eu estou aqui". Abraçou os gatos e de olhos abertos sentiu o tremor.
Ouviu as loiças da vizinha de baixo partirem mas nada aconteceu na sua casa.
Ela estava realizada profissionalmente, tinha pretendentes, únicamente para sexo, tinha flexibilidade económica e estava isolada.
Todos os dias a solidão, tirava-lhe um bocado de força. De vez em quando bebia uma garrafa de vinho e um dia caiu, numas escadas, ninguém a foi levantar, ninguém viu... Permaneceu no chão e acabou por se levantar. Andou com as pernas pretas, depois roxas e amareladas...
Uma noite, abriu o gás, fechou tudo, despediu - se dos gatos e bebeu uma garrafa de vodka que o senhorio que a assediada lhe havia oferecido. Passada meia hora, chamou os bombeiros... Arrombaram porta, desligaram o quadro eléctrico e abriram todas as janelas. Ela chorava, pedia para morrer.
Queremos morrer por solidão? Não é preciso, ela mata.
Queremos morrer ou mudar de vida?
Fugir?
Ela ponderou drogas, tornar - se sem abrigo, ponderou uma overdose de droga.
Porque queria morrer. Anos mais tarde, continuou a querer, não por doença mas por não viver. Não se vive assim...
Não sei se é morrer ou mudar de vida. E aí é somente falta de força e de apoio.
ResponderEliminarSe não quisermos ser a mudança ou simplesmente passar à frente, ninguém o poderá fazer por nós, por mais que queiram. A nossa vontade aí é sempre suprema
EliminarAgradeço em nome do/a autor/a